segunda-feira, 16 de abril de 2012



Corações artificiais desenvolvidos no Brasil começam a ser testado em seres humanos em dois meses
 
 

Pacientes da fila de espera do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, em São Paulo, serão os primeiros a receber, os Corações artificiais desenvolvidos no Brasil.

O equipamento, que estabiliza a função cardiológica do doente e possibilita a sobrevida até o transplante do órgão começar a ser testados em seres humanos dentro de dois meses.

O aparelho é indicado para pacientes que não respondem mais ao tratamento clínico.

O desenvolvimento do coração artificial - produzido para ser colocado dentro do paciente, atuando em auxílio ao coração - teve início em 1998 e foi idealizado por Aron José Pazin de Andrade, coordenador do Centro de Engenharia em Assistência Circulatória do Instituto Dante Pazzanese, onde o dispositivo foi construído.

O aparelho pode ajudar os dois ventrículos e a situação do paciente não piora porque ele restabelece a boa circulação sanguínea e descarrega o trabalho cardíaco. Então o paciente pode suportar o tempo que for necessário dessa forma, não tem limite de tempo. Há pacientes com dispositivos similares colocados há cerca de seis anos.

A partir dos bons resultados obtidos com o uso do aparelho em animais desde 2004, os pesquisadores do projeto pediram autorização para o Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para testá-lo em humanos.

De acordo com Andrade, os testes deverão ser feitos em dez pacientes, durante um período de um a dois meses. O tempo de testes poderá chegar a 20 meses. Os pacientes escolhidos devem pesar entre 45 quilos e 90 quilos.

“O paciente tem de estar em fila de espera do transplante, com o coração dele bem debilitado, não respondendo mais às drogas que são ministradas para consertar a situação. Se não responde mais ao tratamento clínico, então ele é indicado para um transplante."

O coração artificial, que agrega alta tecnologia e está sendo construído de forma quase artesanal em um laboratório especializado no Dante Pazzanese, deverá custar de R$ 60 mil a R$ 100 mil. “Aqui no Brasil, o custo do investimento já foi pago com dinheiro público, arrecadação.

O que nós vamos cobrar é a despesa de produção do aparelho, e o SUS [Sistema Único de Saúde] consegue, nesses valores bem menores, sustentar a aplicação do aparelho”, destaca Andrade. No exterior, um aparelho similar custa em torna de US$ 200 mil e sua aplicação depende do treinamento de uma equipe médica para colocar o aparelho.

No estado de São Paulo, segundo dados da Secretaria de Saúde, 99 pacientes estão na fila de espera de transplante, 32 apenas na cidade de São Paulo.

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