terça-feira, 8 de julho de 2014

Acusada de aplicar golpes da casa própria se defende

A acusada de aplicar o golpe que lesou diversas pessoas em Feira de Santana, com a promessa de aquisição de imoveis do Programa de Arrendamento Residencial (PAR) se defendeu das denuncias.

Acusada de aplicar golpes da casa própria se defende
Credito: Mário Sepúlveda/FE




Após as denúncias divulgadas no último sábado (5) no jornal FOLHA DO ESTADO do suporto golpe do financiamento da casa própria, no qual uma mulher se oferece como intermediaria para aquisição de imóveis do Programa de Arrendamento Residencial (PAR) do Governo Federal, por um valor inferior ao do mercado, nossa equipe investigou a identidade da acusada que até então era identificada como “Bete”.

Por meio da investigação da Polícia Civil e das denuncias das vítimas, apontam Maria Bernadete de Oliveira Silva, que hoje presta serviço ao Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Feira de Santana (Sincol) como suposta golpista. O FOLHA DO ESTADO esteve na tarde desta terça-feira (8) com a denunciada juntamente com seu advogado. Ela, a principio, nega qualquer envolvimento no golpe e salienta que está sofrendo acusações infundadas, das vítimas.

Durante entrevista com Maria Bernadete, ela lembra que trabalhou cerca de nove anos no setor de seleção dos beneficiários do Programa de Arrendamento Residencial – o PAR e, por isso, seu nome está vinculado a fraude aplicada há cerca de 7 anos que lesou dezenas de pessoas em Feira de Santana e região, segundo foi apurado por nossa produção.

“Fui informada que há seis anos esse golpe existe, sendo aplicadas por seis mulheres. Todas elas já fugiram, levando o dinheiro das vítimas e, quando elas [supostas mulheres] se viam coagidas pelas vítimas davam meu número de telefone, que por sinal é bastante antigo e nunca mudei. Uma destas mulheres me conhecia e deu meu número de telefone e meu nome como se eu fosse a responsável por esse esquema, por isso meu nome está aparecendo nestas denúncias”, afirmou Maria Bernadete. Porém, ela privou-se de dizer quem são essas mulheres e afirmou que irá identifica-las perante a justiça.

Ela também salientou que, de fato, se reuniu com os denunciantes. Entretanto, os encontros - que foram gravadas por meio de um aparelho telefônico de uma das vítimas, no qual mostra toda a negociação para a aquisição dos imóveis, foi motivada pela vontade de “ajudar” aqueles que a procuraram na tentativa de solucionar/adquirir o tão sonhado imóvel.

“Alguns grupos me procuraram e eu ia ajudá-los através do Secretário de Habitação, responsável pela pasta na época, há cerca de 4 anos. Eu não tinha acesso direto ao secretário, mas tentava falar com ele e às vezes conseguia, e esse acesso se deve ao tempo que eu trabalhei no PAR. Quanto aos encontros, realizei no intuito de ajudá-las, pois pareciam ser humildes, então por isso, iria pedir ao Secretário para inscrevê-los e os colocá-los no programa, já que eu sabia que muitos deles tinham sido vitimas desse golpe”, ponderou a denunciada.

RECEBIMENTO DO DINHEIRO

Segundo umas das vítimas do golpe, que procurou a reportagem do FOLHA DO ESTADO, o esquema de entrega de documentos e pagamento do valor solicitado pela denunciada, ocorreu em uma sala do Centro de Atendimento Ao Feirense –CEAF, na rua Barão de Cotegipe, no Centro de Feira de Santana, local onde Maria Bernadete trabalhava na época. A vítima teria entregado em um envelope: documentos pessoais, os nomes de dois empreendimentos desejados do PAR e a quantia de R$ 3,5 mil.

Sobre esse episodio salientado pela vítima, Bernadete veementemente negou. “Eu não recebi nenhum valor em dinheiro de ninguém e tenho testemunhas que vão depor a meu favor a qualquer momento e provar que outras pessoas recebiam esse dinheiro e não eu. Eu nunca recebi esse valor dentro da prefeitura isso é mentira”, ressaltou.

INVESTIGAÇÃO

Várias queixas foram prestadas na 1ª Delegacia que tem a titularidade da delegada Milena Calmon, que vem investigando o fato. A autoridade policial identificou e intimou a denunciada a comparecer na delegacia no próximo dia 16 para prestar esclarecimentos. De acordo com a delegada e segundo depoimento das vítimas, Maria Bernadete possuía uma ligação com um banco do município, caso que está sendo investigado.

http://www.jornalfolhadoestado.com/noticias/26741/acusada-de-aplicar-golpes-da-casa-propria-se-defende-

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