quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Júri absolve homem que matou irmão tetraplégico a tiros

Crime foi cometido a pedido da vítima
Roberto Rodrigues de Oliveira foi absolvido pelo júri popular da cidade de Rio Claro, interior de SP, nesta terça-feira (27). O homem foi acusado de matar o irmão tetraplégico, Geraldo Rodrigues de Oliveira, a tiros em 2011. Segundo Roberto, o irmão pediu para ser morto, em uma simulação de assalto, por não aceitar sua condiçâo, de acordo com o G1. Preso três dias após o crime, 

Roberto foi solto logo em seguida e respondia ao crime de homicídio doloso (com intenção de matar) em liberdade.“Roberto foi perdoado pela família e esse peso ele vai carregar pelo resto da vida. Os jurados acolheram a minha tese de que não se poderia esperar dele outra atitude senão àquela a qual ele adotou”, disse o advogado de defesa do réu, Edmundo Canavezzi, que já esperava pela sentença favorável.

Um sobrinho adolescente que morava com a vítima seria a única testemunha do crime, segundo a publicação. Ele contou em depoimento que Roberto invadiu a residência trajando um capuz, atirou contra a vítima, Geraldo, que foi atingido no ombro e no pescoço e ainda roubou R$ 800, para que a versão de assalto fosse mais credível. Durante as investigações, Roberto mudou a versão e revelou que os dois haviam combinado o incidente.

O advogado de defesa, Edmundo Canavezzi, disse que já esperava pela sentença favorável. “Roberto foi perdoado pela família e esse peso ele vai carregar pelo resto da vida. Os jurados acolheram a minha tese de que não se poderia esperar dele outra atitude senão àquela a qual ele adotou”, disse o defensor.

O julgamento começou por volta das 9h30. Sete jurados participaram. “Não dá para saber se a decisão foi unânime porque pela atual legislação processual penal quando se atinge o número de quatro votos o juiz encerra a votação”, explicou Canavezzi.

Sequência de tragédias

O advogado avaliou o caso como uma sequência de tragédias. Geraldo era casado e tinha um filho paraplégico, situação que ele não aceitava. Quando a criança tinha 8 anos, o pai sofreu um grave acidente que o deixou tetraplégico, em 2009. No mesmo ano, outro irmão dele morreu em um acidente. “Ele não se conformava e entendia que ele era quem deveria ter morrido, então começou a pensar seriamente em se matar”, contou o advogado.

Geraldo pediu para a mulher sair de casa e quando ela se foi com o filho ele passou a ser cuidado por Roberto.  A partir daí a vítima passou a exigir que o irmão o matasse. Roberto, por sua vez, não suportava ver o irmão naquela situação. Ele tinha problemas físicos graves, sentia dor ao passar a sonda para poder urinar e também estava deprimido, prisioneiro do próprio corpo.

“Geraldo, Roberto e o sobrinho planejaram a morte. É uma situação bastante intensa em que você tem fundamentalmente um indivíduo muito pressionado e coagido pelas circunstâncias, que não tinha outra alternativa senão cumprir como designo do irmão”, disse o advogado. Após o crime, a polícia pediu a prisão temporária de Roberto. Pouco tempo depois ele foi solto para responder pelo crime em liberdade.

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